terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cumpadi Jacú

Num careço do teu SIM nem do NÂO.
E tão pouco do teu falso perdão.
Sou escroto, danado e arrochado.
Parente de Seu Lunga. Sou caboco, bixo do mato.

Se mexer comigo, ai num tem cão que agüente.
Sou Preá com fome, sou Cassaco sem dente.
Sento meu facão nos cós e pego minha baladeira.
Sai vuado diabo do meu nojo, mete logo o teu pé na carreira.

Ah... Fi duma’egua de pai e mãe!
Quero que tu vá pro quinto dos inferno, e cheio de langanhe.
Tu pode ser falador, proseador ou até pensador,
Quero mais é que tu vá se lascar, bixo invejador.

Num vem falar bunito pra mim nunca mais,
Se tu num quiser que eu arranque teu zovo por trás.
Mexer comigo eu ainda agüento calado.
Mas falar de mim pro meu cumpadi, é mermo que bulir com uma faca no meus calo.

E só pra ti deixar de aviso, meu cumpadi Jacú.
Te prepara pro prato que se come crú.
Num sou eu nem ninguém que vai te lembrar desse tão triste momento.
Vai ser outro cumpadi nosso. Macho que só a peste,
Forte que nem coice de Jumento

O homi tem um bucado de nome.
Todo mundo conhece o lamento.
Pode ser, hora, época ou até momento.
Minuto, segundo, anos de vento

Mas é mais conhecido por ai,
Pelo povo que sabe das coisa,
Como um tal cumpadi de nome marrento.
Chamado pelo povo do mundo de nosso senhor “TEMPO...”

Por Diêgo de Oliveira

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