quarta-feira, 17 de março de 2010

No fundo do meu âmago


Brancas asas de leves plumas,
E farpas loiras em elos.
Como uma lápide preciosa.
Quem sabe seria um olhar simples e singelo.

Tessituram eles
Notas perfeitas de amor.
Como leves suspiros
Ou conjunto humano sem rancor.

Na ponta da lança,
Talvez na lâmina do punhal,
Será cravado, enterrado,
Alojado na alma até ser fatal.

São vastas lembranças.
Leite de mãe a nos unir.
É carnal e eterno.
É um mármore sem polir.

São vozes líricas
Em total afinação.
São como rosas de primavera
Em pleno verão.

É a saída de um abismo
Além do horizonte letal.
Como a vitória de uma guerra,
O retorno torna-se colossal.

São cardumes
Em balé sincronizado.
É o olhar de um casal.
Completamente apaixonado.


Diêgo de Oliveira

terça-feira, 16 de março de 2010

Fortaleza, 17 de março de 2010
Meu caro Roberto Carlos,

Se é preciso ir além do horizonte para encontrar um lugar bonito e tranquilo então estou bem próximo dele... O seio encalorado de casa me mostra a plenitude do tempo. A evolução carnal do tudo e do nada é pleno, então complexo. Que a vida brote. Que o tempo então haja. Não esperarei por perdões, nem aguarderei retornos. Sou homem e sou grande (deixando claro que não sou grande porque sou homem). Meus sonhos jorram de minha mente. Então que eu tenha pernas suficiente para seguí-los. Que eu tenha mãos suficiente para segurá-los. Que eu tenha coração imenso para amá-los.
Queria poder te dizer que tudo isso não é uma grande mentira, porém o rancor me corrói e a dúvida me distrai. Sem saber se é bom ou ruim, embebedo-me da triste realidade diária.
Que assim seja. Meu pecado está sendo cobrado. Minha mente é destruida.

um forte abraço meu impossível e irreal "amigo" "negro-gato-de-arrepiar"...